O processo de curadoria das coisas

Débora Thomaz
2 min readDec 6, 2023

Quando damos existência a uma ideia e ela se torna um produto, nos tornamos responsáveis pela sua constante evolução. Ao menos é como eu vejo o processo de curadoria das coisas.

Até então, minha experiência profissional tem sido focada em um produto muito interessante, porque foi feito para simular a nós mesmos: o chatbot. Eles são agentes inteligentes conversacionais, o que resumidamente é: aquele robôzinho que fala contigo quando você compra algo, precisa de algum suporte, etc. E alguns até se tornaram famosos, como o ChatGPT.

Eu sou particularmente fascinada pelo seu processo de curadoria, que começa com a identificação de quais dados serão relevantes para entender seu desempenho. Muitas vezes, podemos obter dados que não dizem nada, por isso é muito importante ter em mente o que esses dados precisam trazer de informação. Mas é mais importante ainda que saibamos interpreta-los dentro do contexto em que o bot está.

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Por exemplo, para um chatbot de suporte cujo objetivo é a triagem dos usuários antes que sigam para o atendimento humano, a sua taxa de retenção não é um dado tão interessante, já que ele deve levar o usuário para o atendimento humano no fim. Já para um chatbot que trabalha para diminuir o volume de chamados para o humano, esse dado é importantíssimo, pois seu objetivo é reter os usuários.

Se um bot é transacional, ou seja, pode fazer transações para o usuário, é importante obter dados sobre o desempenho dessas transações, como a sua taxa de sucesso. Se o bot é focado em tirar dúvidas e precisa manter uma conversa, é importante olhar para o percentual de abandono dos usuários, e em quais momentos este abandono está acontecendo.

Eu ainda nem falei de inteligência artificial, né? Com ela, o processo de curadoria é um pouquinho diferente, porque a IA tem a capacidade de evoluir por conta própria. Mas… Como ela faz isso? Sim, a resposta é o que você está pensando: DADOS!

Os algoritmos de IA são feitos para aprenderem por meio dos dados. Mas estes dados precisam de curadoria constante, ou se tornam inúteis para a IA, e ela não consegue se desenvolver por meio deles. E claro, vez ou outra, o próprio algoritmo da IA vai precisar de curadoria também.

Conclusão, um agente inteligente precisa dos dados do seu desempenho para poder evoluir. Para poder simular bem um humano, o bot precisa entender qual o seu propósito, como ele irá fazer isso e como pode melhorar isso constantemente.

É aí que o processo de curadoria entra, porque os robôs não possuem consciência (ainda), então além de nascerem pelas nossas mãos, eles também precisam evoluir por elas.

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Débora Thomaz

Escrevo sobre o que conheço e sobre o que sonho — Desenvolvedora | Física | IA