PROGRAMA DE OFICINAS

EXPOSIÇÃO | Escrita de si: biografia, autoficção e poesia

Confira o que foi apresentado e produzido na primeira oficina do portal Fazia Poesia em 2022, ministrada pela poeta Anna Clara de Vitto

Editorial Fazia Poesia
Fazia Poesia
Published in
14 min readMar 8, 2022

--

Com uma turma completa, composta por integrantes de norte a sul do Brasil, o programa de oficinas do portal Fazia Poesia começou o ano de 2022 apresentando um conteúdo com base em um passeio pelos fundamentos teóricos essenciais para a construção da linguagem poética, analisados em conjunto com o estudo da autobiografia e da autoficção em consonância com propostas práticas e criativas de estímulo à produção da poesia.

Ao longo dos quatro encontros, realizados nas duas últimas semanas de fevereiro de 2022, refletimos sobre quem é a pessoa que escreve, qual é a relação entre a pessoa criadora e a pessoa por detrás da escritura (pessoa empírica), qual noção de “morte do autor”, tal como concebida por Roland Barthes e outros estudiosos, e o que é a crise do sujeito clássico.

A partir de formas literárias como diário, memórias, confissões, cartas, autobiografia e romance autobiográfico, a oficina iniciou e, com ela, as referências para os exercícios foram acontecendo.

participantes se despedem no final do primeiro encontro (fev. 2022)

Com base no histórico das escritas autobiográficas, surgidas com influência do cristianismo, que estimulou o “exame de consciência”, introduzimos o conceito de “pacto autobiográfico”, criado no século XX por Philippe Lejeune, acompanhando o desenvolvimento dos estudos sobre a autobiografia.

Fazendo uma ponte para a conclusão da oficina, abordamos o conceito de “biografemas”, cunhado por Roland Barthes, para descrever instrumentos de inscrição biográfica na literatura. Tendo como referências os diálogos e as apropriações entre a poesia e a biografemática, apresentamos o exercício do encontro com foco no poema em três atos, borrando os limites entre o real e a ficção.

recorte da apresentação utilizada no terceiro encontro (fev. 2022)

Assim, no nosso penúltimo encontro, trabalhamos com a autoficção e algumas de suas teorias, marcadamente por Serge Doubrovsky, Vincent Colona e Anna Faedrich. O que não é autoficção? O hibridismo possibilitado por esse gênero literário e sua aplicabilidade à poesia foi o ponto-chave para a conclusão da parte teórica.

Com a intenção de finalizar e amarrar as ideias, o último encontro foi marcado pela leitura em conjunto dos poemas produzidos ao longo da oficina, seguido por comentários da turma e da ministrante Anna Clara de Vitto.

presentes no último encontro sorriem para o printscreen (fev. 2022)

Logo abaixo, você confere os poemas realizados mediante as propostas apresentadas.

PRODUÇÕES

Boa leitura!

Sal

por Caroline Justo

I.
eu não me lembro da última vez que chorei.
eu fico triste com as notícias
eu vejo a guerra, vejo a fome
eu fico triste com a saudade
eu sinto medo da morte
eu quase não penso na morte
eu tenho boa memória,
mas já não lembro o gosto das lágrimas
já não lembro o gosto do amor
meu coração d e s a c e l e r a q u a s e p a r a _____________
[e se por dentro eu morri?]

II.
horas sentada de frente para o mar
- se eu olho para o nada, eu olho para tudo?
as ondas vão ~ e vêm ~ e vão
e esculpem a parede de pedras
eu admiro sua persistência
admiro sua insistência, pois
eu já não insisto mais
eu já cansei de ser o mar,
mas tampouco sei ser pedra
[o que me resta ser então?]

III.
água salgada escorre pelo rosto
- o gosto do choro é o gosto do mar?
eu tenho boa memória,
mas não me lembro da última vez que
eu sinto o que sinto e
gostaria de me explicar
eu não me desculpo por transbordar
pode me pedir para tirar a roupa,
só não me peça para escrever um poema que mencione seu nome.
[os poemas são só meus e passamos bem].

2018,

por Cilene LO

Primeiro ato
Quem é essa pessoa
Que me olha
Sem máscara, sem óculos?

Observo,
Ela me encara de volta
Severa
Sem máscara, sem óculos.

Os cabelos são castanhos
Os pendentes Lápis-lazúli
Não usa máscara nem óculos.

Ah já me lembro!
Nos meus sonhos
Somos inseparáveis
Não usamos máscaras nem óculos.

Segundo ato
Sem nossas máscaras,
Sem nossos óculos
Cozinhamos, falamos
Lemos, andamos de bicicleta.

Bebemos, comemos,
rimos, dançamos,
sem máscaras, sem óculos
Somos as melhores amigas.

O tempo
não respeita nada
Chuta a porta
Invade o sonho e nos separa.

Expulsa do sonho,
Exilada no passado, furiosa
Minha jovem cópia sem máscara,
Sem óculos, me olha superior.

Ah basta,
Não é minha culpa!
Fique aí nesse mundo que não existe.
Fui.

Terceiro ato
Desperto pro dia que é meu
Visto minha máscara, meus óculos
Saio por ai,
Vingada, animada.

No caminho me divirto
com os cachorros atravessando a rua
na faixa de pedestre
Aceno aos comerciantes
(Todos usam máscaras, alguns usam óculos)
O sol começa a esquentar
A manhã está linda
Ando confiante.

Quando um dos tornados
Que giravam no horizonte
destrói metade da ponte de cristal
que estou atravessando
Percebo meu engano.

Arquivos corrompidos

por Fernanda Medeiros

I
Hora do carnaval
Meu pai era o mais animado
Minha mãe sempre preocupada com as lantejoulas
E o batom que era batom e blush
E os brincos dourados
Mas valia a pena porque ficávamos lindas com as fantasias exclusivas que a Sandra passava meses bordando

II
Chegamos ao clube
Eu minha irmã estávamos muito empolgadas
coelhos, fadas, palhaços e sereias brincavam com confetes e serpentinas
Lembro que um coelho pegou a minha mão e me puxou
Uma criança menor que eu
Porém muito esperta

III
Cordão, pulseirinha dourada com moedas
Babado na saia
Lenço no cabelo
Chinelo cuidadosamente encapado com fitas
Saia verde, amarelo e vermelha
Foi uma tarde como tantas outras de carnaval onde brincamos, sorrimos e bebemos refrigerante com cubinhos de gelo fingindo que era um drink

Foto

por Isadora Lobo

foto da autora

a menina. Atenta
um pouco triste, quieta
e orgulhosa de não se encaixar.
“Você é das que observam né
na vida…”
me diz o garoto
(que eu gosto) e me ofende
é um marco. Eu nunca mais
falo com ele, e ainda
e cada vez mais
vou vivendo:
aventuras que nem quero. E tendo
amigos que eu nem gosto
e saindo: pra lugares que me cansam
até que possa enfim responder
(sinceramente)
que sou das que vivem
sei da vida, amor
acumulo histórias
fragmentos, eu não lembro
invento muito nas lacunas
vou escrevendo.

Fragmentos de uma manhã indeterminada

por João Melo

Acordei com uma preguiça mais intensa do que a habitual, tentando lembrar das tarefas que tenho pra fazer hoje.

Preciso enviar o original do meu livro pra algumas editoras.

Preciso lavar a roupa, pois essa é a minha semana.

Preciso entregar sem falta aquele exercício da oficina de cinema, não quero que descubram como tenho sido relapso.

Além de tudo isso, preciso ainda parar e voltar a escrever. Mas é um precisar diferente. Não uma mera obrigação. Talvez seja a necessidade que Rilke descreveu com tanta paixão, algo que parece ser mais urgente e profundo.

Embora eu ame profundamente procrastinar.

Quanto a isso, preciso me policiar. Um olho no padre, outro na missa.

Eita, preguiça.

sem título,

por Karina Ripoli

i.
5 ou 6
e eu passava as minhas tardes
vigiando o inimigo das trincheiras
sempre de guarda a proteger
quintal & pátria-casa
dos gatos imperialistas
de dona berenice
pulavam um por um
o muro da casa ao lado
em movimento de invasão
e nos deixavam presentinhos
feito bombas
nos deixavam presentinhos
feito mísseis
cortesia dos gatinhos colonizadores
de dona berenice

ii.
as noites eram no quarto
rosa de criança menina
traçando estratégias bélicas com
o conselho dos ursinhos e
treinando as bonecas para
uma missão suicida -
a última e desesperada investida
contra o vizinho da rua de frente
tirano sanguinário que na semana
passada
atacou outra vez rasgando
na faca a pobre bola de queimada
pelo crime pouco de espatifar
suas roseiras em flor

iii.
ainda me lembro da máxima
de minha infância perdida:
trocar, sim, minhas guerras por batatas
mas não levar nunca desaforo para casa.

sem título,

por Leila Oliveira Brito

Meu sorriso amarelo
não me deixa mentir
vestindo aquela calça preta
que apelidei “de missa”
sempre usada em
ocasiões especiais.
Especiais!!!
Desde quando despedir-se
virou evento?

Usava minha blusa de tricô
preferida,
me envolvia como um abraço
E, como eu precisava de um.
Difícil sua partida,
a despedida
de você e de mim.

Ecoando em mim por décadas
a voz dos auto-falantes
informando a última chamada
para o embarque
E, eu ali
esqueci de embarcar
numa nova vida.

colagem por Leila de Oliveira Brito

18.02.22

por Lê Tauceda

Tento me acostumar com a imprevisibilidade do mundo. Procuro garantias aqui e ali, não encontro. Só eu sei a dor que carrego do luto anunciado, feito criança choro como se tivesse caído da bicicleta, e esse tombo, a areia imaginária na minha boca, se mistura com a realidade de cair no vazio. É perceber que quando ela for embora, eu vou morrer. Minhas mãos feitas d’água passeiam por meu rosto. Minhas mãos encharcadas buscam as marcas do tempo — rugas ainda germinando na pele nova. Não ralo mais os joelhos; tomo café, como se isso provasse que enfim cresci. Enfim provei a dor da perda, enfim morri quando outro fora embora. Na verdade, não sei quem sobrevive e quem parte. E a iminência da perda traz minhas mãos aquáticas ao lânguido rosto de minha avó, ainda quente. O que me faz chorar nos confins daquele branco hospitalar é mais uma estadia, mais um médico desenganando-a, mais um rio vertendo de meus olhos suplicantes pela vida, pelo calor das mãos de minha avó.

por Luana Souza

Pula-pula

por Luana Souza

Certo ciclo meu corpo enlutou em silêncio e rigidez
É que muita coisa morreu de uma só vez
Achei a esperança refletida nos olhos do meu menino
Colocar minha criança para brincar era preciso

Desfiz de um tanto de mim e dos outros
A vida virou e revirou de ponta a cabeça
E para cada lágrima de dor que saltava
Novos sorrisos e o antigo brilho d’alma voltava

Me despi de tudo que pude e que me amordaçava
Saltei alto, o mais alto que meu corpo alcançava
Gritei, dancei, cantei, escrevi, soprei aos quatro cantos minha jornada
Em gargalhadas convoquei a força que precisava
e feito o despencar das pétalas de uma rosa
ao chão da realidade meu corpo voltava

Certa e aceita que era a queda
Para todas as direções que olhava
Por uma natureza de histórias e vivências compartidas estava cercada
Numa teia de sábias mulheres me vi amparada
Coloquei os pés no chão e senti a grama molhada
Estava viva como nunca.

Fundação lú-dica

por Luciana Moraes

I.
Disposta a fisgar o sol, deixo
a minha casa de verão, amiga, amigo
rompo as figuras, as marcas e as camadas do papel
com linhas e cores ritmando as horas

II.
Para absorver o encontro,
nos tocamos,
afogamos
os corpos em mais um dia
neste mar de sig-
nós e sua caçada de pontos preci(o)sos
Não fuja,
ca(n)to o invisível
flor de intenções
somos conchas afiadas pelo
vento em água
como uma pipa empinada por você
bem-acabada

III.
Escrevemos e vemos como
nos dando as mãos
sobe a onda sobe o voo
nenhuma certeza, é tarde
mesmo assim,
não desista: o que importa?
sou objeto urgente
nos vemos na próxima esquina
você, maleável
elos ~ sopros ~ correm ~ em ~ silêncio
me conduz
mas ela diz, afiada,
/sou colorida &
radica(liza)da no ar
lá, ele diz /sou
manancial esgarçado, nada
entre rosas e sombras
ela diz /sou engraçada e subversa
à degradação
ele diz /estou em contentamento
ela /estou em contato,
beijando o
abis-
mó.

(Mar)ina

por Marina Bariani Trava

Retorno
ao mar (in)tenso
ao mar (re)volto:
o mar me torno.

Baixa umidade

por Mônica Déda

Entre as coisas vivas do
apartamento
uma jiboia
desliza por xícaras e chaves
que arrumo depois
Suas folhas se espalham pelo tapete:
são o calendário
dos meus dias contados
neste andar
Pela janela, filtro insetos,
pássaros, pétalas,
passos
medidos
em metros quadrados

De madeira falsa
de móveis empoeirados
de sol pelas frestas
restos de planos
e tigres
que dormem no tapete da sala

sem título,

por Regiane Folter

Pai.
Não consigo dizer papai
Como posso dizer mamãe
E todas as outras formas carinhosas
Que inventamos para falar dela,
Com ela.
Com ela, tivemos tempo pra inventar,
Compartilhar,
Viver.
Você não, pai.
Você não ficou
Tempo suficiente.
Só o que ficou foram
As fotografias,
Fragmentos de lembranças,
Restinhos de sentimentos,
Visões borradas,
Miragens,
Às vezes verídicas,
Às vezes não.
E o trauma,
As dúvidas,
A saudade do que não vivemos.

Será que você lembra daquela foto?
Uma polaroid amarelada
(das polaroids originais, relíquia)
Você de camiseta polo,
Vermelha.
Eu bebêzinha,
Enrolada em um cobertor branco.
Você sorri e me olha
Eu adormecida
Só sinto o balanço
Do vai e vem,
Vai e vem,
Vai e vem,
Suave suave.
Escuto lá longe
O ruído da sua voz
(que já não lembro como soa)
E sinto o cheiro forte
Da loção pós barba.
Mas naquela época eu não sabia
O que era loção pós barba.
Assim como não sabia ao certo
Quem era você.
Alguém tirou aquela foto,
Aquela relíquia.
Deve ter sido mamãe.
Ela, eu já sabia quem era.

Você cantarolava canções de ninar
(Cantarolava?)
E gostava de me levar no colo
(Gostava?)
Você sempre trocava de roupa
Quando voltava do serviço.
(Voltava.)
Tirava o branco-dentista
Colocava cores mais vivas,
Mais fortes,
Mais você.
(Você?)
A foto, congelada no tempo.
Como nossa relação, congelada.
Uma existência tão curta.
Se não houver vida após a morte
Outra chance pra gente se reencontrar
E colocar os pingos nos “i”s
Sempre estaremos
Congelados
Distantes
Eu vou,
Você vem,
Eu venho,
Você vai.
Bad timing.
Nunca tivemos tempo
De sermos filha e
Pai.

minha aquarela sangrante

por Yasmin Iyakemi

I-
foi em novembro
logo esse nome
que sinto cortar o vento
tão lindo.

II-
minha aquarela sangrante
a aquarela é toda acinzentada
e eu só vejo o vermelho sangue
a ferida aberta

tive a oportunidade de me reaver com um rosto.

o meu rosto
suas feridas,
seus furos
e manchas.

conheci um novo lugar de ver essa pele.
um novo olhar sobre essa coisa gostosa
que aparece embaixo dos olhos
bem do lado da boca

rodeada pelos cabelos e pelas orelhas
essa coisa que tem covinha
e a covinha
essa depressão cheia de terminações nervosas.

e quem poderia dizer
que aquele pequeno ponto concentraria tanto

esta coisa gostosa que tenho debaixo dos olhos
toda ela é roxa e verde

em um fim de semana liberei a tensão da vida toda
acumulada na minha atm
liberei a dor de uma aquarela sangrante
que doía há meses

a aquarela era toda nebulosa, assombrosa
e eu só fazia ver o sangue.
não deixava passar a ferida
em exposição

III-
ouvindo ramp
pensando
vai chegar este tal dia
que vou cansar disso
daylight in my life,
bonita applebum.
é a guitarra de slide in: new drugs
abrindo as portas pra mim
as portas desse mundo no qual minha pele é legal
foi prazer.
nesse mundo, quero tocar guitarra.

DEPOIMENTOS

Me senti muito motivada para as propostas de exercício e, novas leituras mencionadas durante a oficina. Aproveitei as dicas e tentei aplicar o que foi ensinado nas minhas produções. E, fiquei feliz com o resultado da minha produção. Também me senti super confortável para perguntar e compartilhar impressões durante as aulas.

— Leila Brito

.

“Somos nós e não somos”: vivemos em meio a uma realidade escabrosa, contraditória, dura, assim, podermos tocar numa fresta, maleavelmente, viver entre a biografia e a ficção, me mostrou como é possível diversificar nossas histórias com mais consciência, ampliar os “canais do eu”; como é valioso buscar, na escrita, as “escrevivências”.

— Luciana Quintão de Moraes.

.

Estou muito feliz de ter participado dessa oficina. Aprendi muito, conheci referências novas, e me senti muito inspirada para experimentar novas possibilidades, tanto de escrita quanto de leitura. Conhecer mais dos participantes da oficina através dos seus poemas também foi muito especial. Prevaleceu um clima geral de acolhimento e confiança que não é nada fácil de criar em oficinas de curta duração, ainda mais em formato virtual. Agradeço a todes por esse belo encontro e por todos os aprendizados que vieram dele.

— Isadora Lobo.

.

Eu não sou do mundo da literatura, ainda que a palavra não pertença a mundo nenhum. Escrever sobre como me afeto diante da minha existência como mulher, mãe, oriunda da periferia, assistente social, militante pelos direitos humanos, neurodiversa, etc., me permite organizar meus processos internos, equilibrar dentro e fora, dialogar com as pessoas, encontrar alento. Por isso o curso me instigou muito. Escritas de si. Escritas de nós. Aprender sobre recursos que usava inconscientemente nos meus poemas, conhecer o percurso histórico por trás dessas narrativas e trocar com outras pessoas é de uma riqueza imensa, que vou assentando aos poucos ao meu processo autoral e criativo. Gratidão a todes por essa experiência! Foi nova e instigante.

— Luana Souza.

.

Foi bastante emocionante. A oficina (e de alguma forma eu sabia que o contato com Anna talvez me fizesse chegar a isso) me fez entrar em contato novamente com a escrita, que eu tinha “abandonado” há um tempo, e principalmente da leitura de meus próprios textos. Acredito que é sempre produtivo quando vários escritores se encontram nesse formato, e com a facilitação de Anna, sabia que seria muito bacana, e realmente foi.

— Maria Luiza Machado.

.

Excelente a ideia de trazer para uma oficina temas contemporâneos, mas que ainda não foram muito debatidos, como autoficção e biografemas. A parceria entre a Fazia Poesia e Anna Clara de Vitto está cada vez mais afinada. Gratidão pelo mergulho nesse mar de referências poéticas.

— João Melo Cipriano.

AGRADECIMENTOS E CONCLUSÃO

Por Anna Clara de Vitto:

É sempre um prazer imenso ministrar oficinas de poesia em conjunto com a maravilhosa equipe da Fazia Poesia. Em particular, a oficina “Escrita de si: biografia, autoficção e poesia” foi muito estimulante, porque as conversas e indagações a respeito de como inscrever o eu em poesia, tema ainda pouco explorado, se deram entre uma turma participativa, interessada, inteligente, questionadora, criativa. Em conjunto, pudemos levantar questionamentos pertinentes sobre as origens da teoria das escritas de si, contrapontos necessários ao eurocentrismo dos pensamentos estudados, o que enriqueceu muito a experiência e, ao final, tivemos a oportunidade de criar e partilhar belíssimas criações poéticas no último encontro, em formato de sarau, o que proporcionou maior proximidade entre turma, organização e ministrante. Já estou com saudades!

Por Equipe Fazia Poesia:

Agradecemos a toda a turma que esteve conosco nessa primeira oficina do ano. Começamos felizes e satisfeitos com as participações, trocas e construções mútuas ao longo dos 11 dias de oficina envolvendo a escrita de si com a poeta e amiga Anna Clara de Vitto ❤ Que sigamos assim, aprendendo, expandindo nosso repertório e produzindo a poesia contemporânea.

Portal Fazia Poesia | Programa de Oficinas 2022 | faziapoesia.com.br

A imagem utilizada na identidade visual dessa oficina foi cedida e
autorizada pelo artista Jan jaap Weerheijm e faz parte do conujunto “Their perspective". Você pode conhecer mais sobre o artista através do seu site janjapevisuals.com.

faziapoesia.com.br

--

--

Perfil Editorial da Fazia Poesia • Aqui publicamos coletâneas, artigos, chamadas e demais conteúdos da FP • faziapoesia.com.br