Desver
Published in
Jan 17, 2024
Dever da retina é ver rotina
Tenho estudado o desver
Fio de poste, corda bamba de pássaro
Terreno baldio, flor de mato
Canteiro de rua, rio.
Tenho desvisto de tudo
Botado o olho para pensar
Vi detalhes como lupa
Vi as coisas como nunca
Toda vez ao caminhar.
Desver, ofício do poeta
Deixar de ser cego
O invisível é colírio
De trazer brilho à vista
Desver a rua como via.