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Vitória Lima
Fazia Poesia

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é fevereiro. já não é o começo, mas ainda não é o meio. os corações e os copos clamam pelo carnaval. não haverá folia. pelo menos não anunciada.

meu quarto: pequeno
o alívio: distante

penso em tudo o que passou
e tudo o que não passa
tenho sede e quase nunca tenho fome
escrevo as mesmas palavras de sempre
nada de novo sob a lua

sobre o amor: fui uma lástima
sobre o desejo: tentei me defender de todos

nunca quis o amor de nenhuma mulher
exceto a primeira
que nortearia todas as outras
sempre tive fome do amor que não tinha
e quando finalmente o tinha, já havia perdido a fome

sobre as mulheres: achei um caminho
sobre os homens: achei uma incógnita

tenho vinte dedos
tenho vinte anos
um dedo pra cada ano
recordo-me dos dedos
e dos anos
de todas as mulheres
os dela eu esqueci.

diria infinitas barbaridades agora

a questão é que
tudo é uma questão. e eu nunca compreendi o amor.
nem vou

podemos ficar por aqui hoje?

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