Afinal, quem é você?

Eu? Se me perguntassem, até pouco tempo, não saberia dizer.

Começaria com o meu nome e na sequência diria o que estou fazendo no momento. Um esqueminha que já teve vaaaaarias versões. Já fui a Flavia dramaturga, diretora, jornalista, ghost-writer, brasileira, quando morava na gringa, e até a Fla de um certo cara num daqueles momentos obscuros da vida.

Essa gama de respostas até pouco tempo parecia um grande problema. Uma aparente confusão daquilo que eu queria da minha vida porque eu havia feito muitas coisas. Apesar de tudo o que faço estar intimamente ligado com a escrita, os nichos nem sempre dialogam.

Só que aí o destino (bom que só) colocou-me no caminho do @vicente.l.g e ele me disse para olhar para as minhas experiências como quem observa os dedos de uma mão aberta, cada qual em sua direção, e todos compondo um mesmo membro livre e disposto para o que der e vier.

Uma metáfora que me fez ver a mim com mais carinho e compreender que o que faço hoje me soma, no entanto não me define.

Enfim, tudo isso para dizer aquilo que o Galeano falou muito mais lindamente do que eu em O Livro dos Abraços. “A identidade não é uma peça de museu quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.”

Reflexão vinda da provocação da @cafeyna_ sobre como encontrar a sua pegada pessoal na produção de conteúdo. E a imagem é da minha Yashica Minister. Ah sim, já fui a Flavia do analógico. Mas esse papo fica para a próxima. ;)